Dúvida repentina:

- Mamã, tu gostavas de ser uma pessoa que anda a conduzir um carro a levar outras pessoas?

- O quê, filha, ser taxista?

- Sim, mamã.

- Não, não gostava.

- Eu também não gostava. Nunca podem ir para casa. Quando estão quase a chegar a casa, aparece alguém que os chama e depois têm de ir para outro lado.

Esta é a vida de um taxista aos olhos da E, de 6 anos. Uma vida de permanente tentativa de chegar a casa, sempre gorada ao aparecer um cliente. A solução apenas passará por, com muita sorte, um dia apanhar como cliente, algum seu vizinho…
 
Acho piada aos correctores ortográficos.
Como não são pessoas, fazem-nos sugestões livremente, ignorando por completo o que estamos a escrever.
Uma pessoa que estivesse a ler-me enquanto escrevo, talvez não me perguntasse, perante a escrita da palavra histórias em que me falhou a tecla "h", se eu quero antes escrever "histórias", "vitórias", "piscatórias", "oscilatórias" ou "piscatória".
As sugestões deixam-me a pensar. Das sugestões dadas, apenas uma é sugerida também no singular. 
Tento perceber e retiro o "s" à amputada istórias. As sugestões são agora e sempre pela ordem apresentada: "história", "piscatória", "vitória" e "consistório".
Sem qualquer dúvida eu quererei escrever uma palavra no singular, e sendo no singular, aí sim, o amigo corrector põe a hipótese de eu querer escrever "consistório".
Na verdade, é palavra na qual não costumo pensar. Voltei a acrescentar o "s", e assim nasce mais uma categoria para os posts deste blog: istórias. Assim mesmo, sem "h".